Visitamos a Caverna do Diabo, também conhecida como Gruta da Tapagem (nome oficial). Fica a 25 quilômetros do município de Eldorado, sul do estado de São Paulo. A caverna é enorme, repleta de espeleotemas, que impressionam não só pelo tamanho como também pelo nível de detalhe. É a maior caverna do estado.
Espeleotema vem do grego spelaion (caverna) e thema (depósito). Traduzindo ao pé da letra significa depósito de caverna. Quando chove, a água penetra no solo e carrega consigo minerais. Ao encontrar um buraco (uma caverna!) ela começa a pingar. A repetição desse pinga pinga, por milhares de anos, levou à formação de todas essas formas bizarras da caverna do diabo.
Na foto abaixo, o impacto de uma dessas gotas, congelado no tempo:
Observem bem: aí está nascendo uma estalagmite – tipo de espeleotema vertical, que cresce de baixo para cima. Notem a coroa branca de minerais depositados no fundo da mini poça d’água. De tanto pingar, por deposição de minerais, essa coroa vai crescer… e se transformar nisto:
Aqui, uma mais crescidinha:
E quem sabe, daqui a milhares de anos, teremos isto:
ou isto:
Agora, observem na foto acima. Além das estalagmites, que crescem a partir do chão, há um outro tipo de espeleotema, que cresce do teto. São as estatactites, que nascem de cima para baixo. E geralmente, onde há estalagmites, há estalactites. Frequentemente ocorrem juntas porque são originadas pela mesma gota, que pinga do teto para o chão.
Na foto acima, uma pena, muitas estalactites quebradas, provavelmente um bando de sem noção arrancou suas pontas para levar de souvenir… só não sabem que isso aí demorou milhares de anos para se formar, e se todo mundo fizer isso, não vai sobrar nada para se ver amanhã.
Além, disso, que graça tem ver uma ponta quebrada de um espeleotema na sala da sua casa, quando o impressionante é vê-lo no próprio lugar, na posição em que nasceu e em conjunto com milhares de outros.
Há inúmeras outras formações, uma mais incrível que a outra. Olhem só essas aqui:
Seria por isso que a caverna recebeu o nome que tem ?
Essa aí de cima parece um cérebro…
Realmente impressionam…
Quando as estalactites encontram as estalagmites, formam colunas…
… simplesmente fantástico!!!
São tantos os espeleotemas que alguns até se parecem com bichos…
… seria um cachorro na foto acima? ou um tatu?!
Dizem que nesta aí de cima, “aparece” o rosto do diabo … consegue vê-lo?
Como é a visita: tempo de visitação e infraestrutura
A visitação interna da caverna é assistida por um guia, em grupos de até 12 pessoas. Na foto abaixo, nosso guia iluminava os espeleotemas com uma lanterna amarela, ajudando a Erika a fotografá-los.
A cada 20 minutos, é permitida a entrada de um grupo na caverna. Uma vez lá dentro, a permanência máxima é de 1 hora.
A iluminação é relativamente fraca, para não danificar os espeleotemas. Mas o suficiente para você apreciar toda a beleza do lugar. Nestas fotos, os espeleotemas ficaram com esse formato pela ação do vento: a deposição de minerais ocorre não só para baixo, mas também para o lado, formando cortinas.
Como a iluminação é fraca, uma boa regulagem na sua máquina fotográfica vai diminuir a chance de fotos tremidas nesse ambiente com pouca luz. Use ISO acima de 300, mas não exagere, ou suas fotos podem ficar muito granuladas. Leve também um tripé, caso possua. Vai permitir a você aumentar o tempo de exposição.
Ao todo, são 700 metros de trilhas, passarelas, pontes e escadas.
Infraestrutura do Parque
Há estacionamento, banheiros, uma lojinha de souvenirs, trilhas, tudo muito bem sinalizado.
A partir deste ponto, o acesso é somente com guias/monitores:
A entrada da caverna:
Onde fica e Como Chegar
Para quem vem de São Paulo ou Curitiba, o acesso é pela rodovia Régis Bittencourt, depois SP165. Há placas indicando o caminho. Pegue a saída para Eldorado.
Na entrada da cidade de Eldorado (SP-165), você vai se deparar com esse portal temático da caverna do diabo, cheio de “espeleotemas”!!
Continue pela SP-165.
Mais detalhes você encontra no mapa abaixo. A bandeirinha azul marca a localização da Caverna do Diabo.
Essa foi a nossa segunda experiência em cavernas. A primeira que visitamos foi em Bonito – Abismo Anhumas e Grutas de São Miguel. O Abismo Anhumas impressiona pelo tamanho, dificuldade de acesso (por rapel) e lago interno. Já a Caverna do Diabo destaca-se pela maior infraestrutura, facilidade de acesso e quantidade/diversidade de espeleotemas. Vale muito a pena a visita.
Para maiores informações consulte o site oficial do Parque Estadual Caverna do Diabo
Até a próxima trip!!
Ola! gostaria de saber se é muito complicado ir de ônibus, sei que chegando em ElDorado, vou ter que pegar mais um ônibus até chegar as mediações da caverna. Agradeço
Charles, como fomos de carro não temos esta informação. Entre em contato com a administração do parque, veja link no final do post.
Boa sorte!